Metodo Cientifico

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O Método da Ciência

O Método Científico é um conjunto de regras básicas para um cientista desenvolver uma experiência controlada para o bem da ciência. No método científico, a hipótese é o caminho que deve levar à formulação de uma teoria. O cientista, na sua hipótese, tem dois objectivos: explicar um fato e prever outros acontecimentos dele decorrentes. A hipótese deverá ser testada em experiências laboratoriais controladas e, se os resultados obtidos pelos pesquisadores comprovarem perfeitamente a hipótese, então ela será aceita como uma teoria.

O método científico consiste das seguintes fases:

Observação de um facto;

Formulação de um problema;

Proposta de uma hipótese;

Realização de uma experiência controlada, para testar a validade da hipótese.


Para maior segurança nas conclusões, toda experiência deve ser controlada. Experiência Controlada é aquela realizada com técnicas que permitem descartar as variáveis que podem mascarar o resultado.


Nesse tipo de experiência, utiliza-se o Duplo-cego, um método que utiliza:

Um grupo de teste (o grupo que será efectivamente testado);

Um grupo de controle (um grupo que não é testado, e serve apenas para comprovar que o teste é válido).


EXEMPLO

Um pesquisador procura testar a eficiência de determinado medicamento na cura de certa doença. Ele, então, usa dois grupos de doentes portadores daquela doença. A um dos grupos ele ministra comprimidos contendo a substância activa (grupo de teste). Aos pacientes do outro grupo (grupo de controle), são dados comprimidos que não possuem a substância activa, embora idênticos no aspecto, tamanho e cor. Nenhum doente saberá se está tomando o remédio verdadeiro ou apenas o placebo (falso remédio). Da mesma forma, a pessoa encarregada de distribuir os comprimidos também não o saberá. Apenas, cada doente receberá um vidro enumerado, para que o pesquisador possa, ao final, identificar quem tomou a substância activa e quem tomou o placebo.

A ciência não trabalha com factos isolados. Seu objecto são os fenómenos (conjunto articulado de ocorrências) da realidade. Além disso, é um equívoco dissociar teoria e prática quando se fala em ciência ou método científico. Portanto, o processo deveria ser descrito assim:


OBSERVAÇÃO CIENTÍFICA

Verificação do fenómeno: Através de instrumentos adequados, realiza-se a descrição do fenómeno até o ponto em que seja possível demarca-lo no universo ao qual pertence, resultando na Definição do Objecto (seja de pesquisa ou intervenção).

Esclarecimento do objecto: Através da teoria já disponível e de instrumentos, identifica-se as variáveis envolvidas, monta-se o problema (de pesquisa ou intervenção) que resultará numa Equação.


PESQUISA OU INTERVENÇÃO

Planeamento: De posse da equação, parte-se para o planeamento. Com base na teoria e metodologia disponíveis, estabelece-se as hipóteses (de trabalho ou de pesquisa) e as estratégias, que resultarão num Plano de Actuação.

Execução: Mediados pela teoria e metodologia disponíveis, executa-se o plano de actuação, lançando mão de técnicas e instrumentos de intervenção ou de investigação. A partir daí, deve ser gerado um Relatório.


RESULTADOS

Crítica de Resultados

Neste ponto dispõe-se de um relatório descrevendo alterações ou constatações no fenómeno, que deverão ser avaliadas com base no próprio fenómeno demarcado no início do processo, ou seja, todo caminho (método em latim significa caminho) inicia no fenómeno, devendo retornar a ele ao final.


História

O método científico, baseado na experimentação, começou com Abu Ali al-Hasan Ibn al-Haytham (965-1039), nascido em Basra, actual Iraque. No ocidente ele ficou conhecido como Alhazen. Em seus estudos de Óptica, Kitab al-Manazir, traduzido para o latim como Opticae thesaurus Alhazeni em 1270, no qual discute a teoria da reflexão, para provar que a luz viaja do objecto até o olho, proposto por Aristóteles, mas contrário do que havia sido proposto por Euclides e Ptolomeu (no Alamagesto), ele convidou pessoas a olhar fixamente para o Sol, e provou que quando se olha fixamente para o Sol, ele queima o olho, causando cegueira. BaconRoger Bacon

No fim do século XII seus textos foram traduzidos para o latim, levando o inglês Roger Bacon (1214-1294) a publicar, em seu Opus Majus, "Argumentos não removem a dúvida, de forma que a mente possa descansar na certeza do conhecimento da verdade, a menos que a encontre a experimentação". Ockham William de Ockham

Um dos pilares do método científico é a chamada Navalha de Ockham, ou Lei da Parcimônia, ou ainda Lâmina de Ockham, proposta pelo filósofo franciscano inglês William de Ockham (1285-1349), que afirma que quando existem várias formas de explicar algo, a certa é a mais simples. Esta proposta foi publicada em seu trabalho Expositio aurea et admodum utilis super totam artem veterem:

Frustra fit per plura, quod fieri potest per pauciora.

É desnecessário fazer com mais o que se pode fazer com menos.


Essentia non sunt multiplicanda praeter necessitatem.

O essencial não deve ser multiplicado sem necessidade.

"Há um certo receio (...) de que algumas coisas não são feitas para serem conhecidas, que algumas inquirições são muito perigosas para os seres humanos. Todas as pesquisas acarretam algum elemento de risco. Não há garantia de que o universo se conforme a nossas predisposições. O melhor meio de evitar abusos e incompreensões de parte a parte é tornar o povo cientificamente informado a fim de que compreenda as implicações de tais investigações

Se a ciência for considerada um sacerdócio fechado, demasiado difícil e misterioso para compreensão de uma pessoa de cultura mediana, o perigo do desentendimento será maior. Se a ciência, porém, for um tópico de interesse e consideração geral, se seus encantos e consequências sociais forem discutidos com competência e regularidade nas escolas, na imprensa e à mesa de jantar, teremos aumentado as possibilidades de aprender como o mundo realmente é, para melhorarmos a ambos, a nós e a ele."

Carl E. Sagan (1934-1996)

Fontes

http://www.ra.didaxis.pt/nfq/lab/metodo.htm