O Movimento Zeitgeist - Conceitos Basicos

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Categoria:Palestras

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"Se desenhássemos um diagrama de Venn para ciência, entretenimento, e educação, o espaço comum a todos seriam as histórias. O pensamento humano é estruturado em torno de histórias; uma estrutura narrativa sólida, um argumento coerente para qualquer informação que está a ser apresentada, torna-a mais capaz de ser retida pelo público."~Sean B. Carrol

O Movimento Zeitgeist não é um movimento político, nem tão-pouco reconhece nações, governos, raças, religiões, credos ou classes. Estas distinções são incoerentes e obsoletas, estando longe de serem factores positivos para o verdadeiro desenvolvimento e potencial humano. As suas bases assentam na divisão de poder e na estratificação, não na igualdade e união, que são os nossos objectivos. Se é importante perceber que tudo na vida é o resultado de um progresso natural, devemos também reconhecer que a espécie humana tem a capacidade de reduzir drasticamente ou paralisar este progresso, através de estruturas sociais obsoletas, dogmáticas e, consequentemente, desalinhadas da própria natureza. O mundo a que assistimos hoje, repleto de guerra, corrupção, elitismo, poluição, pobreza, doenças epidémicas, abusos dos direitos humanos, desigualdade e crime é o resultado dessa mesma paralisia social.

O movimento prossegue a consciência, advogando desta maneira uma evolução fluida e progressiva, tanto a nível pessoal, como social, tecnológico e espiritual. Ele reconhece que a espécie humana caminha naturalmente para a unificação, com base num entendimento comum e empírico de como a natureza funciona e, de como nós, humanos, fazemos parte integrante deste processo a que chamamos "vida". Embora este caminho exista, ele encontra-se infelizmente obstruído e ignorado pela maioria populacional humana, os quais continuam a perpetuar modos de conduta e associações antiquadas e degenerativas. É esta irrelevância intelectual que o Movimento Zeitgeist espera ultrapassar graças à educação e à acção social.

O objectivo é rever a sociedade de hoje de acordo com os conhecimentos actuais, não só fomentando a consciência quanto às possibilidades tecnológicas e sociais existentes, para as quais muitos foram condicionados a pensar serem "impossíveis" ou contra a "natureza humana", mas também providenciar um caminho para ultrapassar estes elementos perpetuados por um sistema de sociedade obsoleto.

É importante, antes de mais, salientar que muitas das ideias deste movimento derivam do "Projecto Vénus", dirigido pelo engenheiro social e designer industrial, Jacque Fresco. Este último trabalhou durante grande parte da sua vida a criar os instrumentos necessários para redesenhar um mundo no qual se erradicaria a guerra, a pobreza, o crime, a estratificação social e a corrupção. As suas noções não são nem radicais nem complexas. Elas não impõem uma interpretação subjectiva para a sua formação. Assim sendo, a sociedade imergiria enquanto reflexo da natureza, com as suas variáveis já inerentemente predeterminadas.

O movimento não é uma construção centralizada.

Não existimos para liderar, mas para organizar e educar.


Sinopse

Parte 1: "A Terra e o Seu Desenvolvimento"

Descrição da evolução e surgimento dos problemas na nossa Terra (10 minutos)

Referência à história do nosso planeta Terra e de que há algo de errado com ele, tal como a desigualdade social e a miséria humana resultante. É feita uma análise crítica da utilidade ou validade do conceito de posse.

Parte 2: "O Planeta Imaginário"

História de um planeta imaginário em que tais problemas não surgiram (10 minutos)

Conta-se a história de um planeta hipotético chamado "Arret". Explica-se como na etapa equivalente à nossa Suméria a sociedade do seu povo evoluiu de forma muito diferente. Conseguiram passar para uma sociedade com uma Economia Baseada em Recursos, fundada em ciência e com acesso livre a educação para todos evitando a escassez, sofrimento, iliteracia, etc. É feita a descrição de uma série de pontos essenciais desta sociedade.


Parte 3: "Habitantes do Planeta Imaginário Visitam a Terra"

Visita desse povo imaginário à Terra e as conclusões que tirariam (10 minutos)

Descreve-se como seria uma visita do imaginário povo de Arret à Terra (tentar agora fazer a audiência sentir a surpresa que este povo imaginário pudesse sentir ao ver como organizamos de forma tão diferente as coisas cá na Terra).


Parte 4: "O Movimento Zeitgeist e o Venus Project"

A nossa resposta a essas questões (Movimento Zeitgeist e o Projecto Vénus) (10 minutos)

O Movimento Zeitgeist é apresentado como uma forma de passarmos para uma sociedade baseada em Ciência e numa Economia Baseada em Recursos permitindo-nos chegar a uma realidade pós escassez através de projectos como o Venus Project e muitos outros.

Texto da Palestra

Introdução

Boa noite a todos, muito obrigado a todos por terem vindo!

[orador apresenta-se]

Antes de avançar gostaria de vos fazer algumas perguntas: [imagem: ponto de interrogação]

Quantos de vós nunca tinham ouvido falar do Movimento Zeitgeist ou do Venus Project? [imagem: logo do ZM Int e VP]

Quem aqui pode dizer que compreende e concorda com os fundamentos do movimento? [imagem: compreensão]

Quem consegue dizer que até compreende o Movimento mas ainda tem daquelas perguntas que fazem comichão na cabeça? [imagem: dúvida]

Quem aqui está convencido de que o Movimento Zeitgeist não passa de uma conspiração de utopistas que querem dominar o mundo? [imagem: teoristas da conspiração malucos]

Irei tentar explicar-vos o que é o Movimento Zeitgeist e o Venus Project e fazer o meu melhor para vos esclarecer e se tiver sucesso nisso, entreter. [imagem: logo do ZM Int e VP]

Antes de mais quero dizer-vos para não acreditarem simplesmente no que digo! Verifiquem depois por vocês próprios! [imagem: cepticismo]

Parte 1: A Terra e o Seu Desenvolvimento

Este planeta deverá ser-vos familiar. É a Terra, o nosso lar. [imagem: a Terra]

Teve a sua própria história e evolução. Muita coisa aconteceu nos seus milhares de milhões de anos de existência. Condições mudaram, a vida surgiu e eventualmente, surgimos nós, a Humanidade. [imagens: origem da vida e da humanidade no gráfico de Kurzweil]

Entretanto desenvolvemos capacidade de criar arte e tecnologia tal como a tecnologia agrícola. [imagem: o arado]

Nasceram as civilizações, tal como a da Suméria, que é provavelmente das primeiras a aparecer. Estes tipos, os Sumérios eram verdadeiramente obcecados com organização. No entanto era uma organização autoritária e não libertária. Surgiu o Conceito de Propriedade ou de Posse. Passámos então a acumular recursos e algo correu mal: Com essa acumulação, passou a existir uma acumulação desigual de recursos e deixámos de ter igualdade, passámos a desconfiar uns dos outros e deixámos de trabalhar para o bem comum. [Imagens: a escrita; os Sumérios; estrutura da sociedade em pirâmide]

"O primeiro homem que, após vedar um pedaço de terra, lhe passou pela cabeça dizer: 'Isto é meu.' e tendo encontrado pessoas suficientemente simples para acreditar nele, foi o verdadeiro fundador da sociedade civil. Quantos crimes, quantas guerras, quantos assassinatos, quantas desgraças e horrores teria aquele homem livrado à espécie, que arrancando as estacas ou enchendo as valas, deveria ter gritado aos seus semelhantes: 'Cuidado com o que ouvem desse impostor. Estão perdidos se esquecerem que os frutos da Terra pertencem a todos nós, e a própria Terra, a ninguém.'" ~ Jacque Rousseau, filósofo Discurso sobre Desigualdade, 1755

Passámos a trabalhar principalmente para o nosso bem individual, competindo uns com os outros e a criar distinções arbitrárias entre individuos: surgiram então as classes sociais e as sociedades humanas deixaram de ser igualitárias quando passámos a ser um mundo de civilizações. Passámos a discriminar pessoas não só com base nas posses mas também arbitrariamente pelos seus atributos mais visíveis: sexo, cultura, origens étnicas, atributos físicos, etc. [imagens: desconfiança entre pessoas; placa da nave Pioneer com casal, mapa das cores da pele]

A superstição e a ignorância têm dominado grande parte da nossa História escrita, gerando eventos “muito queridos” para nós: tal como a destruição violenta da biblioteca de Alexandria e toda a Civilização Antiga bem como a Idade das Trevas que se seguiu, por exemplo. [imagens: destruição da biblioteca de Alexandria no filme Agora, conquistadores espanhóis a matar nativos, terrorismo]

Os sistemas económicos tiveram a sua própria evolução, invaravelmente baseada na existência do conceito de posse (trocas, conchas, sal, metal, notas baseadas em metal, dinheiro fiduciário), cada vez mais desconectados das fontes de recursos naturais e de como o mundo natural realmente funciona, estando ao invés definidos pela opinião de mentes singulares que arrogantemente pensavam saber como é que um dado sistema económico devia funcionar com base na sua opinião, e a perspectiva extremamente limitada da sua condição de individuo e graças ao seu poder de influência social conseguido arbitrariamente. [imagens: ###]

Assim como os sistemas de tomada de decisão: monarquias, assembleias de representantes, constituições, repúblicas, democracia. Sempre a tender representar melhor os cidadãos em geral apesar de haver uma forte força a impedi-lo que é exercida ainda hoje: a desigualdade económica entre os cidadãos (a desigualdade é relativamente forte em Portugal). [imagens: pancada em assembleia; gráfico da desigualdade com portugal]

De certa forma algo se passa de errado com a Civilização Humana em geral, e as pessoas sabem-no, e não se trata simplesmente de termos votado no político errado. Algo muito para além disso se passa. [imagens: ###]

Tudo na vida é uma progressão natural, mas vemos que a espécie humana pode paralisar o progresso através de estruturas sociais obsoletas, dogmáticas e, por conseguinte, entrar em desarmonia com a natureza. O mundo que vemos hoje, cheio de guerras, corrupção, elitismo, poluição, pobreza, epidemias, abusos aos direitos humanos, desigualdade e crime, é o resultado desta paralisia. [imagens: ###]

Durante a maioria da nossa breve existência, muito breve comparada com a existência da Terra, formámos durante centenas de milhar de anos sociedades intrínsecamente egalitárias, isto é, durante a maioria da nossa existênca olhámo-nos a todos como semelhantes com os mesmos direitos em que todos se entre-ajudavam. [imagens: sociedades igualitárias]

"Surpreendentemente parece que durante mais de 90% da existência humana, neste planeta, nós estivamos inseridos em organizações sociais que não usavam dinheiro, não tinham hierarquia, e que até tinham 'estratégias anti-dominação' onde a maioria trabalhava em conjunto para impedir qualquer indivíduo que tentasse adquirir poder e controlo."~Peter Joseph [imagens: ###]

"Olhem bem para esse pontinho. Aquilo é aqui, a nossa casa, somos nós. Nele estão todos que amamos, todos que conhecemos, todos os seres humanos que existirem, viveram aqui as suas vidas. Toda a alegria e sofrimento, milhares de religiões confiantes, ideologias, e doutrinas económicas, todos os caçadores e recolectores, todos os heróis e cobardes, todos os criadores e destruidores de civilização, todos os reis e servos, cada casal jovem apaixonado, todas as mães e pais, crianças com esperança, inventores e exploradores, cada ensinador de morais, todos os políticos corruptos, todas as figuras aclamadas ou “líderes supremos,” cada santo e pecador na história da nossa espécie viveu aqui – num pedaço de pó suspenso num raio de luz."~Carl Sagan [imagens: ###]

Parte 2: O Planeta Imaginário

Agora imaginem por um momento que existe um planeta semelhante à Terra por aí na galáxia. Chamemos-lhe Arret (ok eu não tenho própriamente grande imaginação para nomes!) Ora bem, tal como na Terra, em Arret a vida surgiu muito rapidamente devido às suas condições ideais e, eventualmente, surgiu uma forma de vida, que tal como nós adquiriu uma capacidade de planear, memorizar, racicionar, e transformar o seu meio.

No entanto, quando esta espécie chegou à fase de civilização criou-a de uma forma dramaticamente diferente da nossa. Nunca foi "inventado um conceito de posse" e a espécie nunca deixou de colaborar para o bem de todos, mesmo depois da transposição de escala a partir de pequenas sociedades tribais para grandes sociedades urbanas. Nunca criaram ordens estabelecidas, arrogância social, dinheiro, e claro, nada significativo para limitar o seu potencial.

Permitiram também um acesso completamente livre à educação da melhor qualidade a todos os elementos da sua população, pouco ou nada tiveram de problemas derivados de superpopulação, crime, guerra, segregação, desigualdade social, superstição, intolerância, problemas ambientais e tantos outros. Nunca tiveram um grande colapso civilizacional nem uma idade das Trevas. Tiveram um fio de progresso social pacífico e contínuo, fortemente alicercado em progresso individual. Tudo isto permitiu grande paz e prosperidade aos habitantes de Arret bem como um notável avanço tecnológico.

Avanço esse que foi fortemente potenciado pela cooperação que se enraizou entre a população do planeta, e também pela tolerância a ideias novas.

Esses habitantes também elaboraram um método de avaliação dessas novas ideias, algo aplicado fortemente na tomada de decisões. Este método nunca se considerou fechado ou definido, foi sim sempre evoluindo para melhor servir a comunidade em geral. Vocês sabem qual é o método de que estou a falar? O método científico. Como todos os habitantes são versados nas ciências permitiu que pudessem tomar as suas decisões não com base nas ideias da maioria, mas através da chegada às decisões pelo consenso. Povo obcecado pelo consenso tenho de vos dizer. Chegam mesmo a sacrificar-se a trabalhar criativamente sem desistir para chegarem a uma solução que agrade a todos. Para o bem da comunidade.

Chegaram a tornar-se mestres na compreensão do que realmente move um individuo, o que é realmente poderoso para motivar um individuo a contribuir para bem de toda a comunidade. Bastou que eles compreendessem a melhor forma de rentabilizar a sua função, o sentido da sua vida, o seu potencial máximo de acordo com a sua estrutura biológica, de acordo com a sua forma. Conseguiram então rentabilizar ao máximo a sua vida porque foram bem sucedidos a identificar o seu potencial (forma) e a associa-lo a um sentido davida (função). [forma função, biologia, asas, etc]

Resumindo, a construção social foi sempre tratada por estes seres como aquilo que realmente é: uma criação técnica, e os métodos mais eficientes para uma eficiência optimizada na produção física, distribuição, infraestrutura citadina e assim por diante, residem na ciência e tecnologia, não em ideologias, política ou economias monetárias.


Parte 3: Habitantes do Planeta Imaginário Visitam a Terra

Eventualmente o pessoal deste planeta chega à fase dos descobrimentos galácticos, pois parece ser um resultado um pouco inevitável para uma civilização inteligente com paz e prosperidade genuínas.

Pois bem, eventualmente descobriram a Terra. Pensam que ninguém iria reparar em nós depois de despejarmos para o espaço tantos anos de transmissões de rádio e televisão? Com a existência de outra forma de inteligência na nossa galáxia é apenas uma questão de tempo. [imagens de EVE/Star Trek, etc]

Agora vou tentar descrever-vos como poderiam ver a Terra...

O que veria alguém de visita à Terra que nunca teria presenciado guerra ou desigualdade social? Que nunca tinha visto tanta competitividade e esforços duplicados entre uma população?

Após análisar a nossa sociedade concluíriam: Estes pobres desgraçados vivem num mundo de extremos! 1% da população detém 40% da riqueza do planeta; isto é um mundo em que mais de 30.000 crianças morrem todos os dias de pobreza ou de doenças curáveis; um mundo onde metade da população vive com menos de 2 dólares por dia; um mundo em que, dos restantes 50%, mais de metade concorre uns com as outros por pequenos empregos socialmente irrelevantes e nulos em e diminutos salários sem que ninguém questione o sistema em vigor. Segundo um estudo realizado em 2005 pela OIT (Organização Internacional do Trabalho), há actualmente mais de 12,3 milhões de pessoas vítimas de escravidão no mundo o que faz deste século XXI, o século com mais escravos da história mundial.

Veriam muitas coisa nova para sí. Demorariam algum tempo, mas chegariam à conclusão que nos servimos do conceito de posse para definir quem e quando pode utilizar determinados recursos. [imagem da bandeira espetada no “novo mundo” e bandeira espetada na lua; contrato de propriedade marciano]

Um sistema que leva inevitavelmente à desigualdade social e a progressiva intensificação da mesma. Alguém aqui sabe qual é o país com mais desigualdade no mundo? Será que é algum país em desenvolvimento como em África ou na América Latina? São os EUA. Surpreendidos? Será que estes visitantes iriam considerar normal o modo como organizamos a nossa sociedade? O modo como tomamos decisões? Ou como restringimos o acesso às necessidades da vida às populações? Necessidades estas que graças ao avanço tecnológico poderiam ser disponibilizados a todos? Falo principalmente de essencialidades como alimento, abrigo, segurança e educação.

Viram que existe um sistema de uma complexidade visivelmente exagerada e desnecessaria a ditar que recursos são usados por quem e quando. Falo simplesmente do sistema económico e financeiro da Terra que resulta da interacção de vários sistemas monetários em vigor no Planeta. Este sistema é tão antigo quanto a existência da civilização humana e está neste momento a dar sinais de crise e colapso como verificam facilmente os nossos visitantes. Como este sistema se baseia em dois factores essenciais para funcionar, a escassez e o crescimento infinito, que já estão a desaparecer , ele também parece destinado a desaparecer. No fundo o nosso sistema económico baseado na posse, na troca e consequentemente em meios de troca como os sistemas monetários não é sustentável. Os nossos visitantes chegam então à conclusão que os habitantes da Terra estão a ser utópicos por acreditarem cegamente neste sistema...

Tanta obsessão por ideias fixas com tão fraca relação com o modo como o mundo funciona...

Eles pensam sobre socialismo, comunismo ou capitalismo e não passam daí. Porque é que os seres Humanos acham que só existem essas opções?

Todas essas construções políticas foram criadas por individups que assumiam que vivíamos num planeta de recursos infinitos. Nenhuma dessas filosofias políticas coloca a hipótese de poder vir a faltar alguma coisa. Cremos que o comunismo, o socialismo, a livre iniciativa e o fascismo fazem parte da evolução social. Não se pode dar um passo de gigante de uma cultura para outra, existem sistemas intermédios.

Antes do surgimento de qualquer "ismo", temos as condições básicas de vida, que, tal como acabei de descrever, representam todas as condições necessárias para podermos continuar vivos e que envolve o ar que respiramos, a água que bebemos, a segurança que temos, a educação a que temos acesso, todas estas coisas que partilhamos sem as quais nenhuma vida pode acontecer, seja em que cultura for. E o que é isto? Dinheiro? Estas coisas são meramente pedaços de algodão com pinturas rupestres. É uma ilusão milenar, uma partida pregada à humanidade por si própria, que se recusa a ver o que realmente assinala motivação genuína para se fazer algo útil, e cria portanto uma tragédia de desperdício de recursos humanos e naturais. Um falhanço de logística e tomada de decisão, que existe desde a revolução neolítica. Para a maioria da população o dinheiro não passa de uma ferramenta de troca, no entanto para uma minoria da população, é bem mais do que isso. É um instrumento de escravidão.

Quanto às religiões... não existe diriamos nós, nada intrínsecamente errado com religiões. Toda a gente devia poder acreditar no que quiser e toda a gente merece saber que tem escolha no que toca às suas crenças. O ser humano sempre teve uma tendência para identificar padrões e particularmente uma tendência de os identificar pelo seguro, ou seja, é preferivel acreditar que aquele vulto que está atrás da erva seca é um leão e dares à sola do que pensar que estás a ver coisas e poderes ser comido, por isso não é de estranhar que talvez cautelosamente muitos de nós preferimos acreditar prventivamanete numa entidade divina não vá ela existir e nos poder enviar para um inferno...

A maioria dos seres humanos ignoram que os problemas que enfrentam são meros sintomas, manifestações de que as estruturas sobre as quais assenta a sua sociedade são limitadas e estão ultrapassadas para a época que correntemente vivemos. A Fome não é o problema em si, pelo que não poderá ser resolvida se não "atacarem" a génese da sua existência, a razão pela qual ela tem lugar. Resta-lhes assim identificar as causas desses ditos "sintomas".

Porque é que vocês não mudam? O que vos impede de mudar?

Estes visitantes detectaram então reacções ou respostas emergentes na civilização Humana aos problemas sociais em geral. [símbolos dos movimentos em direcção à eliminação da escassez]

Uma dessas movimentações era particularmente ousada. Dizia algo como:

“Não somos um um movimento político, não reconhecemos conceitos de divisão tais como nações, governos, raças, religiões, credos ou classes.Pelo contrário vemos o mundo como um organismo e a espécie humana como uma única família. Simultaneamente, reconhecemos que dependemos inteiramente do nosso ambiente, não só no que diz respeito às necessidades da vida, tais como alimentos, ar e água, mas também pela influência e orientação no que diz respeito aos processos da vida.Reconhecemos e compreendemos que alinharmo-nos com os processos naturais é a disposição mais produtiva e progressiva que podemos ter. Este movimento centra-se na consciência social, no desenvolvimento de um progresso evolucionário fluído, tanto pessoal, como social, tecnológico e espiritual.

Este Movimento reconhece que a espécie humana encontra-se num caminho natural para a unificação, que deriva da consciência comum de conhecimentos fundamentais e empíricos de como a natureza funciona e se comporta, e de como nós, enquanto humanos, nos encaixamos e fazemos parte desse devir universal a que chamamos vida. Enquanto este caminho não existe e não é palpável, é sistematicamente obstaculizado e não reconhecido como válido pela larga maioria das pessoas, que desta forma perpetuam modos de conduta e de organização social anacrónicos, degenerativos e estagnantes.

É esta irrelevância e apatia intelectuais que este Movimento espera ultrapassar através da educação e acção social. O objectivo é rever a sociedade mundial de acordo com os conhecimentos de ponta actuais, a todos os níveis, não só criando consciência das possibilidades sociais e tecnológicas para um mundo melhor, por muitos consideradas impossíveis de implementar ou como sendo contra a natureza humana, mas também fornecendo meios para ultrapassar os elementos da sociedade que perpetuam os já referidos sistemas anacrónicos de organização social.

Propomos analisar as causas dos problemas sociais começando por uma análise ao sistema monetário hoje em vigor.”

Os nossos visitantes imaginários deparavam-se portanto com o Movimento Zeitgeist. [símbolo zeitgeist no ponto de interrogação]  

Parte 4: O Movimento Zeitgeist e o Venus Project

[imagens de pessoas como Carl Sagan, Buckminster Fuller, Da Vinci, e depois PJ e JF] Qual o significado da expressão “Movimento Zeitgeist”? O termo "Zeitgeist" é definido como o clima intelectual, moral e cultural de uma época. O termo "movimento" significa simplesmente mudança ou alteração.

E o que é o Movimento Zeitgeist?

O Movimento Zeitgeist não é uma organização política. Não reconhece nações, governos, raças, religiões, credos ou classes. Concluimos que tais distinções são falsas e desactualizadas e estão longe de serem factores positivos ao verdadeiro potencial e crescimento humano colectivo. As suas bases estão na divisão do poder e estratificação, e não na união e igualdade, que são os nossos objectivos.

Este movimento é sobre a consciencialização humana em defesa de um progresso evolutivo fluente, tanto pessoal como social, tecnológico e espiritual. Ele reconhece que a espécie humana naturalmente caminha para a unificação, derivada de um comum reconhecimento de compreensões fundamentais e quase empíricas de como a natureza funciona e de como nós, humanos, nos adaptamos e somos parte desta descoberta universal a que chamamos: vida!. Embora este caminho exista, infelizmente ele está obstruído e é desconhecido pela grande maioria das pessoas, que continuam a perpetuar comportamentos e associações ultrapassadas e, portanto, degenerativas. É essa -"irrelevância intelectual" que o Movimento Zeitgeist espera superar por meio de educação e acções sociais.

O objectivo é actualizar a sociedade no mundo de acordo com o conhecimento actual a todos os níveis, não apenas na consciencialização sobre as possibilidades sociais e tecnológicas que muitos foram condicionados a pensar serem impossíveis ou contra a “natureza humana”, mas também para fornecer meios de superar os elementos que perpetuam estes sistemas obsoletos na sociedade. O Movimento em si não é uma construção centralizada, não está aqui para conduzir mas sim para organizar e educar. Movimento Zeitgeist Educa e consciencializa e promove a transição cultural e intelectual.

Portanto, o Movimento Zeitgeist é uma organização que promove a mudança do clima intelectual, moral e cultural dominantes do nosso tempo, especificamente para valores e práticas que sirvam melhor o bem-estar de toda a humanidade, independentemente de raça, religião, credo ou qualquer outra forma de segregação. Como surgiu o Movimento Zeitgeist?

O Zeitgeist original não era na realidade um filme, mas antes uma performance multimédia que consistia de música gravada, instrumentos tocados ao vivo e projecção de vídeos. O evento ocorreu durante um período de seis noites em Nova Iorque e depois sem nenhum interesse profissional e de produção foi “largado” na Internet de forma arbitrária. Nunca foi pensado como um filme ou um documentário no sentido tradicional – foi desenhado como algo criativo, provocador e de expressão artística. [imagem do Peter a fazer o seu espectaculo ao vivo]

Uma vez online, um fluxo enorme e imprevisível de interesse começou a gerar-se e em seis meses mais de 50 milhões de pessoas já tinham visto o vídeo no Google. Actualmente mais de 100 milhões já viram o Zeitgeist e por isso tornou-se por si só um filme. A força motora para espalhar esta informação livremente pela internet é simplesmente para aumentar a consciência social. A Internet é a nova agenda mundial. É através desta informação que se pode mudar a sociedade de raiz para que as pessoas possam compreender que aquilo que pensam ser verdade é na realidade um enorme esquema que gira em torno dos poderes e interesses de determinadas organizações.

O objectivo do movimento é o de iniciar uma transição para uma nova sociedade que será baseada economicamente nos recursos disponíveis. Uma sociedade baseada nos recursos existentes utiliza esses mesmos recursos ao invés de os comercializar. Todos os bens e serviços estão disponíveis sem ser necessário o uso da moeda, crédito ou outro tipo de débito e servidão. O objectivo de um tipo de sociedade deste género é libertar as pessoas das repetições mundanas e arbitrárias e dos papéis fixos que não têm qualquer relevância para o desenvolvimento social. Encorajar as pessoas para a auto-realização, consciência social, educação e criatividade como oposição à superficialidade de uma vida centrada em noções de riqueza. O mais importante é criar uma sociedade que é verdadeiramente sustentável e que trabalha em conjunto para o melhor de todos

O Movimento Zeitgeist existe como uma representação comunicativa de uma organização chamada de Projecto Vénus, uma organização que constitui o trabalho de vida do designer industrial e engenheiro social Jacque Fresco. O Jacque trabalhou dedicou grande parte da sua vida a um projecto ao qual chamou “Venus Project” ou Projecto Venus. Actualmente o Jacque, juntamente com a seu associada Roxanne Meadows trabalham na criação de ferramentas necessárias para auxiliar a uma transformação social que pudesse eventualmente erradicar as guerras, a pobreza, o crime, a estratificação social e a corrupção generalizada.

Promovendo uma transição numa direcção de uma melhor concepção social, com base no alinhamento com o nosso mundo natural, optimização de eficiência, bem como um elevado nível de vida, liberdade pessoal, e bem-estar, não só para uma nação ou classe, mas para toda a família humana.

As suas ideias não são radicais ou complexas. Elas não exigem uma interpretação subjectiva da sua formação. Neste modelo, a sociedade é criada como um espelho da natureza, com as variáveis pré-definidas, inerentes a elas. Segundo as palavras do Jacque Fresco; "Apelamos a um redesenhar directo e intencional da nossa cultura, em que as antigas insuficiências da guerra, pobreza, fome, dívida e o sofrimento humano desnecessário que perdurou por séculos, são vistas não só como evitáveis, mas também como totalmente inaceitáveis.”

A realização final destas ideias existe sob a forma de uma proposta social, actualizada de acordo com o estado actual do conhecimento e que tem o nome de uma "Economia Baseada em Recursos."

Resumindo, uma economia baseada em recursos, utiliza recursos ao invés de comércio. Basear-se-ia nos recursos disponíveis.

Todos os bens e serviços estão disponíveis sem recurso ao dinheiro, crédito, permuta, ou qualquer forma de dívida ou servidão. Qualquer coisa inferior resultaria simplesmente na continuação do mesmo catálogo de problemas inerentes ao sistema actual. O objectivo desta reformulação social é libertar a humanidade das tarefas repetitivas, mundanas e arbitrárias que não têm qualquer relevância real em termos de contribuição de desenvolvimento social, ao mesmo tempo que promove um novo sistema de incentivos, que se baseia na auto-realização, educação, consciência social e criatividade, em oposição às falsas metas, supérfluas, egocêntricas e geradoras de corrupção associadas a riqueza, propriedade e poder que são dominantes hoje.

A base para concretizar este conceito, é a noção de que, através da gestão inteligente dos recursos da Terra, juntamente com a aplicação liberal da ciência e tecnologia modernas, temos a capacidade de criar uma abundância practicamente global neste planeta, e assim escapar das consequências adversas geradas pela escassez real e artificial e dos desperdício, que são dominantes hoje. O que é que propõe o senhor Fresco? Simplesmente a aplicação do método científico aplicado às questões sociais, uma abordagem totalmente ausente no mundo de hoje.

Uma Economia Baseada em Recursos não é nada mais do que um conjunto de ideias comprovadas de suporte à vida onde todas as decisões se baseiam na optimização da sustentabilidade humana e ambiental.

Tem em consideração o conceito empírico de "Condições Básicas de Vida" que todos os seres humanos compartilham as mesmas necessidades, independentemente, uma vez mais, da sua filosofia política ou religiosa. Não há relativismo cultural para esta abordagem. Não se trata de uma questão de opinião. Necessidades humanas são necessidades humanas, e ter acesso às necessidades da vida tais como ar limpo, alimentos nutritivos e água potável, juntamente com um ambiente de reforço positivo, estável, estimulante, não-violento, é algo de essencial à nossa saúde física e mental, à nossa aptidão evolutiva e, por conseguinte, à sobrevivência da espécie em si.

Uma pessoa não se junta ao movimento subscrevendo a uma mailing list, comprando uma t-shirt ou assinando uma lista. Uma pessoa junta-se ao movimento aqui [apontando para a cabeça] e aqui [apontando para o coração]. Só conseguimos verdadeiramente ajudar se aprendermos a pensar por nós próprios e a sentir pelos outros.

É hora de mudar, está na altura de um upgrade. Obrigado por ouvirem.