Teorias de desenvolvimento humano

From Futuragora Wiki

Importância de teorias

É necessário formular e usar teorias científicas para compreender o desenvolvimento humano. O desenvolvimento humano é definido como uma sequência de passos, etapas e processos que se desenvolvem e organizam nos humanos, desde a concepção, o nascimento e durante toda a vida. Esse desenvolvimento não se aplica só ao crescimento, isto é altura e peso, mas também a capacidades e conhecimento como vocabulário, e principalmente um foco nas reorganizações no pensamento que alteram o modo como interagimos com o mundo.

Exemplos incluem a emergência da capacidade para considerar o ponto de vista ou percepções de outras pessoas ao mesmo tempo que se considera o nosso próprio ponto de vista e percepções. Isto ocorre entre os anos da pré-escola e escola. Essa mudança na estratégia ou capacidade e reorganização crucial no pensamento da criança torna possível fazer previsões correctas das intenções dos outros, a competir e cooperar eficazmente com outros.

Estas reorganizações que chamamos de desenvolvimento ocorrem em diversos domínios tais como o cognitivo, neurológico, físico, emocional e social. Esse desenvolvimento percorre toda a duração da vida mas grande parte é na fase infantil e adolescente. Deste modo desenvolvimento infantil é uma grande base para todo o desenvolvimento humano. Se não compreendermos as nossas origens e como nos desenvolvemos não podemos compreender totalmente a nossa natureza humana.

Este estudo manifesta-se em diversas disciplinas como educação, antropologia, filosofia, medicina e biologia. O desenvolvimento psicológico lida principalmente com o desenvolvimento desde a concepção à maturidade na adolescência, embora também explique o desenvolvimento adulto.

Teorias científicas são explicações sistemáticas que unificam vários fenómenos e factos observados. Delas surgem metáforas, modelos, ou fórmulas para compreensão e previsão de processos de desenvolvimento, e o progresso desse desenvolvimento sob um determinado conjunto de circunstâncias. As teorias não são uma perfeita explicação ou modelo de realidade, mas sem elas não progredimos na nossa compreensão e não podemos usar os factos que reunimos.

Pontos importantes são referentes à natureza básica da criança e a importância relativa da natureza e educação no nosso desenvolvimento. Todos temos teorias ingénuas sobre natureza humana mesmo sem conhecer a maioria das teorias do campo de Psicologia do Desenvolvimento. Com tal conhecimento essas teorias ingénuas alteram-se.


Existem critérios que os cientistas usam para avaliar se uma teoria é boa ou não.

1. A teoria reflecte o mundo real dos humanos, particularmente crianças?

2. A teoria é suportada por provas convincentes?

3. A teoria explica o passado e prevê o futuro?

4. Pode a teoria suportar novos dados e descobertas?

5. A teoria estimula novas pesquisas e descobertas?

6. É a teoria claramente compreensível, e simplifica em vez de complicar o mundo?

7. É a teoria auto-satisfatória?


Esta lista de questões servem como uma guia de avaliação de cada teoria. Se as respostas são geralmente “sim”, podemos confiar que a teoria é boa.

Um aspecto a ter em conta é o custo das teorias. Embora elas organizem e clarifiquem os conceitos, podem também criar um viés (bias) na visão e ofuscar factos adicionais. Uma teoria pode também simplificar em demasia a realidade do mundo.


Referências, sugestões de leitura:

Miller, Theories of Developmental Psychology, Introduction Goldhaber, Theories of human development: Integrative perspectives


Contexto cultural e histórico

Primeiro temos de compreender o contexto cultural e histórico do desenvolvimento humano.

Fisiologicamente e neurologicamente as crianças provavelmente não mudaram muito em milhares de anos, mas no entanto crescem de formas diferentes o que altera a nossa perspectiva da sua natureza. O contexto cultural e problemas de um período histórico e cultural influenciam práticas específicas de educação, que por sua vez influenciam a perspectiva que as pessoas têm da natureza humana, em particular das crianças. Na verdade essa influencia é reciproca.

Em Sociedades Caçador-Colector, as crianças são mantidas próximas dos pais e têm fortes apegos entre eles. As crianças são consideradas diferentes de adultos e não têm muitas responsabilidades.

Nas Sociedades Agrárias o foco é ensinar as pessoas a cooperarem, fazerem parte do grupo, e a serem mais valias económicas para a sociedade. São mais disciplinadas, têm mais responsabilidades, e são tratadas como adultos em miniatura.

Em 'Sociedades Tecnológicas as crianças não são uma necessidade económica mas tornam-se um fardo financeiro. São valorizadas pelo seu potencial e valor inerente. São tratadas diferentes dos adultos, o período da infância é expandido, e a responsabilidade para desenvolver e educar é dado às instituições sociais, como escolas.

As perspectivas sobre crianças contidas numa determinada cultura influenciam as teorias que emergem. Embora hajam outras perspectivas nas várias culturas do mundo, iremos focar no desenvolvimento histórico das perspectivas da Europa e América, que foi de onde se originaram a formação das principais teorias.


A História do estudo de desenvolvimento humano, ou desenvolvimento de infantil começou na Era pré-industrial e Industrial na Europa e América do Norte. Esse estudo divide-se em 6 fases:

1. Uma fase de desinteresse, uma fase onde as crianças eram vistas como intoleráveis, e negligenciadas.

2. Numa segunda fase passou a haver um interesse, sendo as crianças vistas como nascidas em pecado e a necessitarem de redenção.

3. Fase pré-empírica na qual os principais filósofos tiveram influência.

4. Fase de pesquisa e observação.

5. Fase de desenvolvimento e reinado da ciência teórica.

6. Fase de diversidade contemporânea.


1. Analisando melhor a primeira fase, havia um taxa de mortalidade infantil alta, a probabilidade de sobreviverem até a fase adulta era de 1 para 3, ou 1 para 4. Em Paris em 1750, 33% de todas as crianças nascidas eram abandonadas em orfanatos ou em casas aleatórias, a maioria morreu. As crianças eram tratadas de forma deplorável. Na Inglaterra, crianças com 4 anos eram enviadas para as minas para trabalharem como mulas.

Quais as causas desta falta de interesse e compaixão pelas crianças?

Quando a taxa de sobrevivência é baixa as crianças não são valorizadas. Investimento emocional é demasiado dificil nessas circunstâncias, pobreza extrema e elevada taxa de natalidade. Quando sobreviviam à infância havia a expectativa de trabalharem para a família, o que parecia reforçar a percepção de serem adultos em miniatura, sem necessidades diferentes ou níveis de desenvolvimento diferentes dos adultos, embora sendo mais pequenos e menos experientes.


Podemos encontrar essa referências nos retratos artísticos de crianças, nos quadros e pinturas da época, e como eram incluídas em actividades adultas incluindo actividades selvagens e emocionalmente perigosas, em comparação aos padrões de hoje.


2. Isso conduziu à segunda fase onde as crianças era vistas como malvadas e a precisarem de redenção, através dos pediatras e líderes religiosos. Pediatras, como William Cadogen na Inglaterra em 1777, publicaram conselhos na educação, e no início do século 19 emergiu um movimento chamado de Sunday School Movement. Devido às crenças religiosas cristãs impostas, as crianças eram vistas como nascidas em pecado e malvadas. Esse movimento oferecia educação religiosa e disciplina. Charles Dickens reflectiu essa disciplina inflexível e treino que acompanhou a percepção das crianças.

No mesmo periodo, na América havia uma visão mais optimista. As crianças eram valorizadas como uma esperança para o futuro, tinham potencial. No entanto há também exemplos da mesma visão restrita das necessidade de redenção, intolerância e falta de afecto para com as crianças. Devido ao optimismo, reformas educacionais e medicina pediatra desenvolveu-se mais rápidamente na América que na Europa.


Referências e sugestões:

Kessen, The Child, capitulos 1-2. Aries, Centuries of Childhood.

Duas visões mundiais - John Locke e Jean Jacque Rousseau

Passando as duas primeiras fases, iremos focar desde da terceira fase.

Estes dois filósofos surgiram com duas principais visões universais e em conflito. Uma visão mundial vai além de um teoria específica, é um modo que uma pessoa tem para interpretar a realidade, além de teste empírico ou prova. É uma abordagem geral que não pode ser provada ou refutada. Teoria Científica deve ser refutada, é baseada em provas empíricas, existe para explicar as provas empíricas, unificar factos, mas visões mundiais estão para além disso, mas a teoria científica de desenvolvimento humano emergiu dessas duas visões gerais que ainda permanecem nos dias de hoje.

As duas principais visões, mas não as únicas, mas as principais ficaram conhecidas como Abordagem Mecanista e Abordagem Orgânica. Enquanto que John Locke tinha uma visão de natureza neutra das crianças, como uma folha em branco e que a sociedade molda-as, Rousseau defendia a filosofia que as crianças nascem boas mas que a sociedade as corrompe. A visão Mecanista de Locke representa os humanos como máquinas, e a Visão Orgânica de Rousseau representa os humanos como organismo. São modelos e metáforas.


John Locke (1632-1714)

Abordagem Mecanista

John Locke é bem conhecido por escrever sobre vários assuntos, incluindo politica e como a sociedade funciona, e foi um dos primeiros fundadores da Filosofia chamada de Filosofia Empírica Inglesa. Em 1690 publicou um Ensaio intitulado “Entendimento Humano” e pouco após outro intitulado “Pensamentos sobre Educação”. Estas publicações revolucionaram muitos e o que se pensava sobre como os humanos se desenvolviam e aprendiam. Locke foi chamado de Empírico, porque na sua visão tudo o que nos tornamos, tudo o que somos resulta das experiências com o ambiente. Isto desafiou a noção que humanos nascem com noções e habilidades pré-formadas. Locke propõe que a experiência é a fonte do conhecimento, que depois se desenvolve por esforço da razão.

Desde modo desafiou a visão em que nascíamos malvados. Para Locke, tudo o que sabemos tem de vir dos nossos sentidos, do que observamos, do que interiorizamos. E é isso no que nos tornamos. Locke utilizou a frase “tabula raza” uma folha em branco. Com essa metáfora referia-se que as crianças, os bebés são uma folha em branco na qual a sociedade e o ambiente influência. Nesta visão um humano pode desenvolver qualquer habilidades ou personalidade dependendo de como o mundo ou pessoas o influência. Tendo em conta esta visão focamos no ambiente, o ambiente é extremamente importante.

Claro que Locke não acreditava não termos biologia, e certos desenvolvimentos intrínsecos, certamente não era estúpido, mas o ambiente tornou-se supremamente importante. Locke ultrapassou as fases anteriores, onde não havia interesse pelas crianças e posteriormente que nasciam malvadas, e introduziu a noção que nascemos neutros e que a sociedade nos molda.

Esta noção ficou conhecida como abordagem mecanista. Neste modelo básico humanos são vistos como organismos passivos, e isto significa organismos reaccionários, humanos estão inerentemente em descanso, estáveis e reagem apenas a estímulos exteriores. Isto também se aplica a outros animais.

Na abordagem mecanista o ambiente tem um papel principal, e sendo assim os estímulos entram através dos nossos sentidos, aprendemos devido à estimulação exterior. Nada somos, excepto o potencial de nos tornarmos em qualquer coisa. Para sabermos algo, para aprendermos algo adquirimos uma cópia da realidade, por outras palavras interiorizamos factos, dados, e informação do mundo exterior, reagimos ao que nos é apresentado. O mundo é real e temos de o sentir e aprender acerca dele.

Outro aspecto desta abordagem mecanista foca nas diferenças individuais no desenvolvimento humano e em como o mundo nos torna em indivíduos diferentes, e onde as manipulações ambientais têm mais influência para criar determinado tipo de desenvolvimento. Focando nas partes individuais e focando nas manipulações ambientais, estamos a prestar atenção às diferenças individuais. Que coisas causam dão origem a algo como se desenvolve, e o que causa outra coisa a acontecer e desenvolver-se doutro modo. Humanos são vistos como uma organização de partes componentes. Para compreendermos os humanos podemos focar nas componentes, nas partes, e ao arranjarmos as partes podemos também tratar a pessoa. É essencialmente um Modelo Reducionista dos humanos.

Rousseau (1712-1778)

Abordagem orgânica

Se Locke alterou a nossa visão para a neutralidade das crianças, Jean Jacque Rousseau ainda deu um passo à frente, o que restava. Rousseau viu as crianças como nascidas boas mas sendo corrompidas pela sociedade.

Rousseau em 1762 publicou um romance chamado “Emile”, e nesse romance transmitiu a sua visão sobre natureza humana e desenvolvimento infantil. Rousseau diz que o estado natural dos humanos à nascença é serem bons, têm capacidades inerentes que permitem um desenvolvimento óptimo para se tornarem valiosos e bons adultos. Existe uma tendência para sobreviver, para desenvolver optimamente, ser bem sucedido. Contudo, a sociedade, isto é na época de Rousseau, os pais, educadores, e líderes religiosos, estas pessoas corrompiam o desenvolvimento natural e causavam problemas nas crianças. Rousseau acreditava que a obrigação correcta da sociedade e pais era a de afastar os obstáculos para que as crianças pudessem desenvolver de um modo correcto, ao ritmo natural, sem os preconceitos da sociedade.


“A mente deve permanecer intocável até que as faculdades se desenvolvam” Rousseau


Foi a partir da influência de Rousseau que mais tarde vários teoristas procuraram identificar as diversas fases de desenvolvimento, organizações qualitativas ou passagens.

A filosofia de Rousseau representa uma segunda visão mundial, e esta é a segunda abordagem, a abordagem orgânica. Ao contrário de encarar os humanos como passivos e reaccionários, Rousseau vê os humanos como activos e organismos iniciantes, somos inerentemente activos e mudamos, não estamos em descanso. Iniciamos as nossas próprias acções, alterações e crescimento.

Isto leva-nos a ter em conta influências internas biológicas, influências que fazem parte da nossa natureza. Para sabermos algo construímos o que é sabido, em vez de fazer cópias da realidade e absorver como uma esponja. De certa forma criamos a realidade. Ao contrário de estudar humanos em termos de partes componentes, todo o sistema ou estrutura é o foco do estudo. Desta forma o todo é maior que a soma das partes. Isto foca o estudo no universal, no comum, na média ou normal desenvolvimento em vez de focar nas diferenças individuais.

Em conclusão, a visão de Locke e a abordagem mecanista influenciou os Teóricos Behavioristas, o Modelo de Bandura, modelos de computador, e no foco nas alterações infantis ao manipular os factores ambientais que os motivam. A visão de Rousseau e a abordagem orgânica influenciou a teoria de Piaget, e muitas teorias relativas à educação.


Referências e sugestões de leitura:

Kessen, the child, chapter 3 Cleverley and Phillips, Visions of Childhood: Influencial models from Locke to Spock, Chapters 1-3 Goldhaber, theories of human development: integrative perspectives, chapters 2-4

Fase 4: Fase de pesquisa e observação

Recapitulando, na primeira fase não havia interesse pelo desenvolvimento das crianças, na segunda fase surgiu algum interesse passando a ser vistas como nascidas malvadas e a necessitarem de redenção. Na terceira fase Locke desenvolveu a filosofia que humanos nascem neutros, e depois Rousseau desenvolveu a filosofia que eram nascem bons.

Após a influência destes filósofos surgiu um interesse em ciência e no estudo do desenvolvimento humano, principalmente nas crianças. A ciência emergia como um modo que ganhar conhecimento acerca do mundo, tudo o sabemos tem ser ser empírico, como obtemos conhecimento tem se ser através de informação observável e objectiva, que é necessário para validar uma ideia filosófica ou hipótese. Uma teoria é importante para unificar factos e informação, teorias ajudam a explicar as coisas e a simplificar o mundo e a conectar as coisas.

Informação objectiva significa que vários cientistas podem observar essa mesma informação, e que um cientista pode descrever o que observa e transmitir a outra pessoa. Esta abordagem empírica deu origem, entre outras, à nova área de Psicologia que se desenvolveu da Filosofia.

Nesta fase alguns cientistas começaram a publicar relatórios detalhados e sistemáticos do desenvolvimento dos próprios filhos, por vezes chamados de biógrafos de bebés. A primeira publicação foi em 1787 na Alemanha, um diário das observações de Dietrich Tiedemann. Em 1882 Wilhelm Preyer publicou na Alemanha outro livro didáctico. Alfred Benet, conhecido como o pai do teste de inteligência, provou ser outro observador astuto. O mais famoso Biógrafo foi Jean Piaget, nos tempos modernos, que seguiu a mesma abordagem no estudo dos seus três filhos.

Charles Darwin, bastante famoso após publicar a Origem das Espécies, em 1877 publicou observações detalhadas do próprio filho. Darwin foi um observador superbo, ao lerem partes dessas observações impressiona o quanto moderno e actual Darwin era nas observações do próprio filho, tais como a descrição de emoções, sobre o conceito de auto consciência, e outros domínios de desenvolvimento que ainda hoje tentamos desvendar e compreender.

Estes cientistas descreveram o desenvolvimento normal, mas tornaram-se cada vez mais experimentalistas nas suas abordagens, iniciaram-se como observadores e começaram a manipular e a entrar numa abordagem mais experimentalista. Mas nessa Era eram principalmente Naturalistas, descritores de desenvolvimento.


Um dos mais influentes foi G. Stanley Hall. Foi quem principalmente fundou a Associação Psicológica Americana, quem fundou a Universidade de Clark em Massachusetts da qual foi o primeiro presidente. Ele escreveu centenas de artigos sobre desenvolvimento infantil e adolescente, mas apesar de ter sido conhecido por ter fundado a Associação Psicológica Americana praticamente ninguém lê esses artigos, em grande parte porque Hall não tinha uma teoria que explicasse todas as imensas observações apresentadas, e sendo assim não teve grande influência com o seu trabalho empírico.

Alfred Benet, famoso por desenvolver o teste de inteligência, foi outro cientista que reuniu informação acerca de diferentes áreas e observações de crianças, e teorizou.

Fase 5: Ciência teórica

A quinta fase foi uma transição para uma ciência mais teórica da informação sistemática de dados. Agora não só descreviam o desenvolvimento como também explicavam os processos, as sequências de desenvolvimento e os processos e mecanismos que explicam esse desenvolvimento.


John Watson foi dos principais e mais famosos desses grandes teoristas. Nos anos 20 utilizou o trabalho do Russo **Ivan Pavlov**, que tinha trabalhado no desenvolvimento de **Condicionamento** em animais, e desenvolveu esse trabalho ao aplicar a bebés e humanos, desenvolvendo a teoria conhecida como Behaviorismo.


1. Behaviorismo dominou toda a psicologia americana e todas as abordagens ao desenvolvimento infantil.

2. John Watson foi o pai do Behaviorismo. Esta abordagem remete para a visão de desenvolvimento e natureza humana de John Locke, que nascemos neutros e somos moldados pelo ambiente.


Por sua vez Watson posteriormente influenciou B. F. Skinner, um dos mais famosos behavioristas, e eventualmente Albert Bandura.

Behaviorismo foca-se na influência ambiental na criança. O bebé é uma “folha em branco” e tem o potencial de ser tornar em qualquer coisa. Watson demonstrou que controlando o ambiente é possível moldar o sujeito em qualquer coisa. A psicologia tinha-se tornado no estudo de comportamento observável em vez do estudo de processos intelectuais e psicológicos. Neste modelo, sendo cientistas temos de prestar atenção ao que observamos, objectivamente e precisamente, analisar o que provém do ambiente e como isso se relaciona com os comportamentos e respostas que as pessoas exibem. As pessoas respondem a influências exteriores.


Muito brevemente nesta 5ª fase surgiam as 6 principais teorias sobre desenvolvimento humano, tais como:

1. Teoria Psicodinâmica de Freud, o modo como ganhamos contacto com a realidade, o Ego, Superego e o ID, as fases psicosexuais;

2. Teoria Psicosocial de Erikson, o desenvolvimento no curso da vida toda, as primeiras fases, identidade e intimidade, e as últimas fases de desenvolvimento adulto. Foi uma modificação e expansão da teoria de Freud.

3. Teoria de Apego de Bolwby e Ainsworth: como a natureza assegura a ocorrência de conexões humanas, desenvolvimento de conexões seguras e inseguras, primeiras conexões e relações adultas;

4. Teoria de Aprendizagem Social e Auto-eficácia de Bandura: a importância de aprendizagem observadora no desenvolvimento.

5. Teoria de Desenvolvimento Cognitivo de Jean Piaget: como revolucionou o estudo do desenvolvimento infantil, as primeiras fases, operações concretas, a última fase;

6. Teoria de Mediação Cognitiva de Lev Vygotsky que completa Piaget: zona de desenvolvimento aproximado


Por último, a Sexta e última fase pode ser denominada de fase de diversidade contemporânea. A psicologia deixou de ser um campo unificado mas um diversificado em várias áreas de pesquisa. Hoje temos várias pesquisas e teorias dominantes em vários campos como Desenvolvimento Cognitivo de Piaget, em Desenvolvimento Linguístico, em Teoria de Mente, uma área de Desordens e Psicopatologia, uma área bastante forte de desenvolvimento neurológico, na verdade a área mais dominante de pesquisa é a Neurociência.


Referências e Sugestões de leitura:

Kessen, The Child, Chapters 4-6

Cleverley and Phillips, Visions of Childhood: influential models from Locke to Spock, Chapters 4-10