Transição para uma sociedade sustentável (Transição/Permacultura vs Economia Baseada nos Recursos)

Por todo o mundo, o Movimento de Transição e Permacultura é visto como uma forma holística de um modelo social que ainda não conseguimos entender plenamente.

Estudámos o assunto e notámos uma grande falta de informação concreta sobre o futuro. O futuro para o qual caminha essa transição. Fala-se de transição, transição para quê?

Nas palavras de Bill Mollison de que mais gosto, a Permacultura é “uma tentativa de se criar um Jardim do Éden”, esboçando e organizando a vida de forma a que ela seja abundante para todos, sem prejuízo para o meio ambiente.

Postas estas palavras, está em plena sintonia a totalidade dos princípios da permacultura com o conceito de economia baseada nos recursos. No entanto após vários meses de pesquisa não conseguimos vislumbrar o sistema social que a permacultura e a “transição” defendem. Não encontrámos como iriam ser resolvidos os conflitos armados, as doenças curáveis que matam pessoas no terceiro mundo assim como a fome generalizada. Não encontrámos como se acaba com a corrupção, com as desigualdades sociais ou a eventual sobre-população mundial.

Vejamos então, a Transição e Permacultura,

1. Conceito:

Os australianos Bill Mollison e David Holmgren, criadores da Permacultura, cunharam esta palavra nos anos 70 para referenciar “um sistema evolutivo integrado de espécies vegetais e animais perenes úteis ao homem”. Estavam buscando os princípios de uma Agricultura Permanente. Logo depois, o conceito evoluiu para “um sistema de planeamento para a criação de ambientes humanos sustentáveis”, como resultado de um salto na busca de uma Cultura Permanente, envolvendo aspectos éticos, socioeconômicos e ambientais.

Para tornar o conceito mais claro, pode-se acrescentar que a Permacultura oferece as ferramentas para o planeamento, a implementação e a manutenção de ecossistemas cultivados no campo e nas cidades, de modo a que eles tenham a diversidade, a estabilidade e a resistência dos ecossistemas naturais. Alimento saudável, habitação e energia devem ser providos de forma sustentável para criar culturas permanentes.

 

 

No centro da atividade do permacultor está o design, tomado como planeamento consciente para tornar possível, entre outras coisas, a utilização da terra sem desperdício ou poluição, a restauração de paisagens degradadas e o consumo mínimo de energia.

No primeiro nível, a acção do permacultor volta-se principalmente para áreas agrícolas com o propósito de reverter situações dramáticas de degradação sócio-ambiental. “Culturas não sobrevivem muito tempo sem uma agricultura sustentável”, assegura Bill Mollison. No entanto, os sistemas permaculturais devem evoluir, com designs arrojados, para a construção de sociedades economicamente viáveis, socialmente justas, culturalmente sensíveis, dotadas de agroecossistemas que sejam produtivos e conservadores de recursos naturais.

 

 

2. Cooperação e solidariedade:

A Permacultura exige uma mudança de atitude que consiste basicamente em fazer os seres humanos viver de forma integrada ao meio ambiente, alimentando os ciclos vitais da natureza. Como ciência ambiental, reconhece os próprios limites e por isso nasceu amparada por uma ética fundadora de acções comuns para o bem do sistema Terra.

Mollison e Holmgren buscaram princípios éticos universais surgidos no seio de sociedades indígenas e de tradições espirituais, que estão orientados na lógica básica do universo de cooperação e solidariedade. Não é possível praticar a Permacultura sem observá-los.

Primeiro, será preciso assumir a ética do cuidado com a Mãe-Terra para garantir a manutenção e a multiplicação dos sistemas vivos. Depois, o cuidado com as pessoas para a promoção da autoconfiança e da responsabilidade comunitária. E por fim, aprender a governar nossas próprias necessidades, impor limites ao consumo e repartir o excedente para facilitar o acesso de todos aos recursos necessários à sobrevivência, preservando-os para as gerações futuras.

Como parte dos sistemas vivos da Terra e tendo desenvolvido o potencial para desfazer a sustentabilidade do planeta, nós temos como missão criar agora uma sociedade de justiça, igualdade e fraternidade, a começar pelos marginalizados e excluídos, com relações mais benevolentes e sinergéticas com a natureza e de maior colaboração entre os vários povos, culturas e religiões.

Toda ética tem a ver com práticas que querem ser eficazes. “A ética da Permacultura serve bem para iluminar nossos esforços diários de trabalho com a natureza a partir de observações prolongadas e cuidadosas, com base nos saberes tradicionais e na ciência moderna, substituindo ações impensadas e imaturas por planeamento consciente”, assevera Bill Mollison. A chave é estabelecer relações harmoniosas entre as pessoas e os elementos da paisagem.

 

3. Design para a sustentabilidade:

O trabalho do permacultor está baseado em princípios e métodos de design para orientar padrões naturais de crescimento e regeneração, em sistemas perenes, abundantes e auto-reguladores.

Earle Barnhart, permacultor de Massachussets (USA), escreveu que a regra cardinal do projeto da permacultura é maximizar as conexões funcionais. Isso quer dizer, combinar as qualidades de elementos da natureza e de elementos da criação humana para construir sistemas de armazenamento de energia. Não haveria nada de revolucionário nisso se as sociedades modernas agissem com base no bom senso.

Mas a história é bem outra e, por isso, a Permacultura, embora seja a “ciência do óbvio”, como gostam de dizer alguns de nós, está fazendo revoluções nas cabeças de jovens, adultos e idosos, oferecendo-lhes, em vez de sistemas fechados e fragmentários, o paradigma holístico contemporâneo, que tudo articula e re-laciona, para a construção de projetos abertos ao infinito.

As estratégias de design da Permacultura não existem apenas para o planeamento de propriedades abundantes em energia – este é apenas o primeiro nível de acção do permacultor. É possível desenhar também sistemas de transporte, educação, saúde, industrialização, comércio e finanças, distribuição de terras, comunicação e governo, entre outros, para criar sociedades prósperas, cooperativas, justas e responsáveis. O sonho é possível: a ética cria possibilidades de consensos, coordena acções, coíbe práticas nefastas, oferece os valores imprescindíveis para podermos viver bem.

 

Agora vamos analisar o conceito de economia baseada em recursos aos olhos do Projecto Vénus e do Movimento Zeitgeist exactamente sobre os mesmo temas,

1. Conceitos:

Para explicar o que significa uma economia baseada nos recursos temos de considerar um cenário hipotético apelidado de “pós-escassez”. Pós-Escassez é um sistema social baseado primeiramente na premissa de que os bens, serviços e recursos de primeira necessidade estão disponíveis e acessíveis em número suficiente de forma a serem distribuídos uniformemente por todos os cidadãos do planeta.

Num ambiente destes, os recursos que a humanidade necessita serão geridos de uma forma inteligente considerando as suas características naturais, entre elas a sua disponibilidade, quantidade, impacto ambiental e distribuição.

Embora o sistema em causa represente uma forma de organização económica, não é um modelo económico. É um modelo social, um contrato social. Um modelo de sociedade inspirado na gestão eficiente, técnica e objectiva do planeta como um todo.

Daí que podemos definir a economia baseada nos recursos como um sistema económico e social onde todos os bens e serviços estão disponíveis sem necessidade de recorrer ao uso de dinheiro, crédito, caridade ou qualquer outro sistema de débito ou servidão. Todos os recursos tornam-se uma herança comum de todos os habitantes e não de apenas uns poucos seleccionados. A premissa base deste sistema é de que a Terra é abundante em recursos, no entanto a nossa prática de racionamento de recursos através de métodos monetários é irrelevante e contraprodutiva à nossa sobrevivência.

 

A sociedade moderna tem acesso a tecnologias de ponta e pode disponibilizar comida, roupa, alojamento e assistência médica, pode actualizar o nosso sistema de educação, e desenvolver um fornecimento ilimitado de energia renovável e não-poluente. Desta forma poderemos alcançar um modelo de uma economia eficiente onde todos podem desfrutar de um elevadíssimo padrão de vida com todas as vantagens de uma sociedade altamente tecnológica.

2. Cooperação e solidariedade:

A economia baseada nos recursos é uma aproximação objectiva no design e produção das tecnologias ou sistema necessários a fornecer a toda a humanidade qualidade de vida harmoniosa com o meio envolvente. Somos seres simbióticos entre nós mesmos, com a natureza, o planeta e o universo. E é por isso que a produção de tecnologia e soluções eficientes e sustentáveis são a chave principal deste conceito, porquanto as mesmas irão beneficiar toda a humanidade e não uma pequena parte como actualmente.

Por exemplo, esbanjam-se recursos naturais e divide-se o conhecimento quando os vários fabricantes de telemóveis competem uns com os outros pelo lucro. Se todos eles se juntassem para construir um único telemóvel que reunisse todo o conhecimento actual e focado na optimização dos recursos naturais, não seria rentável. Mas seria universal, duradouro e útil.

Considerando também que são justamente as divisões geopolíticas do mundo que geram conflitos entre as diversas culturas, por um motivo económico, disfarçado de um problema social, é preciso romper com a ideia de dividir o mundo em países.

 

Tal teoria, da E.B.R. propõe a extinção dos países enquanto limites geográficos e políticos, para que com isso se acabe com os conflitos originados pelo interesse económico através da ideia de independência e soberania frente aos demais países dentro do contexto a economia de mercado mundial. Considerando que com tal quebra no sistema económico aliado à evolução tecnológica de uma auto-suficiência em produção e distribuição dos bens, a economia por sua vez seria baseada em recursos, onde não mais existe a ideia de valor económico uma vez que os bens seriam produzidos para o consumo necessário à sociedade, com isso não existindo também o mercado onde os bens são trocados pelos valores estabelecidos na sociedade. Com isso, se acaba com o mercado económico, a ideia de moeda enquanto um ente de troca da produção, e por fim, com todo o comercio e produção voltada para as demandas da lógica de economia de mercado, voltando-se agora para uma produção segundo as necessidades da sociedade.

Assim irá acabar a fome, a miséria, usando a tecnologia para produzir tudo o que o homem necessita. Devemos entender que a tecnologia surgiu para facilitar a vida do homem, e considerando tal evolução, podemos concluir que quase todos os trabalhos do homem seriam extintos pelo uso da tecnologia e programas de inteligência artificial que administrariam todo o sistema de produção e gestão dos recursos, de modo que dentro desse sistema o homem não precisaria trabalhar.

3. Design para a sustentabilidade:

Actualmente, temos recursos materiais suficientes para fornecer um altíssimo padrão de vida para todos os habitantes da Terra. Apenas quando a população excede a capacidade de sustentação da Terra é que muitos problemas como a ganância, o crime e a violência emergem. Ao superarmos a escassez, a maioria dos crimes e até as prisões da sociedade de hoje deixariam de ser necessários.

Uma economia baseada em recursos possibilitará o uso da tecnologia para superar a escassez de recursos ao utilizar fontes de energia renováveis, informatizar e automatizar a manufactura e o inventário; projectar cidades seguras e energéticamente eficientes e sistemas avançados de transporte. Fornecer um serviço de saúde universal e uma educação mais relevante e, sobretudo, ao gerar um novo sistema de incentivo baseado na preocupação com o Homem e o Ambiente.

Muitas pessoas acreditam que hoje exista demasiada tecnologia no mundo, e que essa tecnologia é a principal causa da nossa poluição ambiental. Não é essa a causa. É o abuso e o uso incorrecto da tecnologia que deve ser a nossa principal preocupação. Numa sociedade mais humana, em vez das máquinas substituírem as pessoas elas reduziriam o horário de trabalho, aumentariam a disponibilidade de bens e serviços, e prolongariam o período de férias. Se usarmos novas tecnologias para elevar o padrão de vida de todas as pessoas, então a infusão da tecnologia mecânica deixaria de constituir uma ameaça.

Uma economia mundial baseada nos recursos também envolveria esforços completos para o desenvolvimento de novas fontes de energia, limpas e renováveis: geotérmica, de fusão controlada, solar, fotoelétrica, eólica, das ondas e das marés, e até combustível dos oceanos. Eventualmente seríamos capazes de possuir energia em quantidade ilimitada que poderia impulsionar a civilização por milénios. Uma economia baseada nos recursos também deve abranger o replaneamento das nossas cidades, sistemas de transporte e indústrias, permitindo que eles sejam energéticamente eficientes, limpos, e que sirvam de forma conveniente às necessidades de todas as pessoas.


CONCLUSÕES:

Do estudo realizado conclui-se que tanto o conceito de Economia Baseada nos Recursos como o Movimento  de Transição e Permacultura promovem a sustentabilidade. Uma sustentabilidade coordenada global na E.B.R. e uma sustentabilidade económica local na Permacultura e Transição.

A Transição e Permacultura apresenta uma visão de uma sociedade local integrada no meio ambiente onde reside, ligada ao trabalho humano e a uma economia monetária ou de trocas. Tratam-se de soluções locais com uma visão de sustentabilidade baseada na poupança e numa diminuição da procura.

Por outro lado a E.B.R. apresenta um sistema global de fornecimento de recursos e bens essenciais, tecnológicamente avançada e gratuita a todos os seres humanos. Uma visão simbiótica entre o ser humano e a Natureza que promove uma aproximação local à sustentabilidade mas com uma preocupação global do impacto da pegada ecológica e da garantia da igualdade social universal.

Agora, ponto por ponto:

1. Conceitos:

Ambos, Movimento de Transição/Permacultura e Projecto Vénus/E.B.R. promovem conceitos de uma aproximação à metodologia científica de experiencialismo e teorização.

Plenamente em sintonia apresentam os dois uma visão de um mundo sustentável e equilibrado com a Natureza.

Se analisármos a flor da permacultura iremos notar que se preocupa com todas as mesmas áreas que a E.B.R. considera. Tratam-se de todos os assuntos que compõem um modelo social. Passamos a enumerar,

Espaço Construído, Ferramentas e Tecnologia, Educação e Cultura, Saúde e Bem estar Espiritual, Economia e Finanças, Posse da Terra e Governo Comunitário, Manejo da Terra e da Natureza.

Uma economia baseada em recursos considera todas essas áreas sociais mas deixamos para o próximo artigo uma análise comparativa e minuciosa desses pontos.

Ao que releva, do ponto de vista conceptual concluímos que a única diferença genérica entre a E.B.R proposta por Jacque Fresco e a Permacultura encontra-se no uso da tecnologia e de um sistema económico isento de moeda. Ambos apresentam uma visão sustentável do planeta, harmoniosa com a natureza e promovem uma valorização das leis naturais dcomo desenvolvimento humano.

No entanto do ponto de vista conceptual social, a Permacultura espelha uma evolução natural abstracta, enquanto o Projecto Vénus espelha a mesma evolução de uma forma tecno-científica avançada. Enquanto a primeira promove uma sociedade local, divida, monetária, institucionalizada, a E.B.R. promove uma visão de como o futuro poderá ser sustentável, baseado nos recursos e não monetário, tecnologicamente avançado e socialmente igualitário.

2. Cooperação e solidariedade:

Tanto a E.B.R. como a Permacultura promovem a cooperação e solidariedade. No entanto a cooperação seria plena no primeiro caso e mais local no segundo. Se é certo que o Projecto Vénus espelha claramente as vantagens de uma sociedade cooperativa isenta de divisões artificiais, de decisões locais, democráticas e de senso comum, a Permacultura defende uma sociedade cooperativa de ética de cuidado com a Mãe-Terra para garantir a manutenção e a multiplicação dos sistemas vivos. Depois, o cuidado com as pessoas para a promoção da autoconfiança e da responsabilidade comunitária. E por fim, aprender a governar nossas próprias necessidades, impor limites ao consumo e repartir o excedente para facilitar o acesso de todos aos recursos necessários à sobrevivência, preservando-os para as gerações futuras.

Na Permacultura existe uma preocupação com a repartição dos excedentes mas não existe a precupação com a escassez. Não se prevê como serão sustentados os outros seres humanos, desde logo porque não comenta o conceito da propriedade na vertente solidária. Solidária porque a Permacultura define-a como ajuda ao próximo, não existindo preocupação com a satisfação de todos os seres humanos.

Numa E.B.R. a solidariedade é diminuta. Isto porque a solidariedade não deixa de ser uma subserviência ou uma desigualdade. Considerando que numa E.B.R. todos os bens essenciais serão fornecidos gratuitamente, e os não essenciais serão geridos eficientemente e repartidos de forma igual. Não existe necessidade de solidariedade material que é um resultado de escassez. Nos princípios do Projecto Vénus, a extinção do dinheiro ou de qualquer forma de submissão extinguiriam a solidariedade como a conhecemos hoje, limitando-a à acções humanas que satisfazem necessidade humanas, da Natureza ou do Planeta.

3. Design para a sustentabilidade:

Como mencionado as estratégias de design da Permacultura não existem apenas para o planeamento de propriedades abundantes em energia – este é apenas o primeiro nível de acção do permacultor. É possível desenhar também sistemas de transporte, educação, saúde, industrialização, comércio e finanças, distribuição de terras, comunicação e governo, entre outros, para criar sociedades prósperas, cooperativas, justas e responsáveis.

O design para a sustentabilidade do Projecto Vénus engloba exactamente todas as mesmas áreas acima referidas e que compõem um modelo social, no entanto apresenta uma proposta concreta e viável de alcançar abundância enquanto a Permacultura e Transição limita-se de declarações genéricas.

A. E.B.R. pormenoriza exactamnente os termos em que a sustentabilidade poderia funcionar em cidades, como passamos a descrever:

Projecto Vénus pretende que os indivíduos humanos possam viver numa verdadeira simbiose. Aplicando as melhores tecnologias de conhecimento humano neste modelo de sociedade, o ser humano pode viver em harmonia entre si como também com os restantes seres vivos e com o próprio planeta em que todos habitamos. Uma sociedade sem uma visão do que pode ser o futuro, está destinada a repetir vezes sem conta os mesmos erros do passado. A E.B.R. é uma visão concebida para evitar os erros do passado. Uma visão de eficiência, sustentabilidade e planeamento inteligente que pode levar-nos a um maravilhoso novo mundo de potencial humano ilimitado.

Esta visão é uma amostra do que o mundo pode ser na nossa era cibernética. A ciência e a tecnologia podem ser usadas em benefício do ser humano, com vista a restauração, protecção do meio-ambiente e servindo como um exemplo do uso inteligente da abordagem sistémica. Embora algumas pessoas defendam a restauração das já desgastadas cidades existentes, estes esforços não alcançam os potenciais da tecnologia moderna. Modificar cidades (desactualizadas) simplesmente atrasa os problemas inevitáveis. É actualmente muito mais fácil, a longo prazo, construir novas cidades a partir do zero, do que restaurar e manter as antigas. Uma abordagem total ao sistema de uma cidade exige um planeamento global no sentido de alcançar um melhor padrão de vida para os seus habitantes. O arranjo de forma circular permite, de forma eficiente, o mais sofisticado uso dos recursos disponíveis e das técnicas de construção.

O perímetro externo será a área de lazer, com campos de golfe, zonas para caminhadas pistas para bicicletas, e outras actividades exteriores (…) com agricultura interna e externa. Continuando em direcção ao centro da cidade, oito sectores verdes fornecem fontes de energia limpas e renováveis. O distrito residencial inclui paisagens únicas, lagos e rios (…). Uma grande variedade de construções de apartamentos inovadores e casas individuais disponibiliza diversas opções para os habitantes. Métodos inovadores para a rápida construção em massa para alojamento e sistemas de construção, vão injectar materiais compostos no molde e depois, extrair de forma ascendente. Em alguns casos, apartamentos múltiplos de cidade podem ser produzidos como extracções contínuas … que são depois separados em unidades individuais. Os apartamentos são leves e de alta resistência. Todas as habitações são concebidas como residências auto-suficientes. A superfície externa destas estruturas eficientes serve como geradores fotovoltaicos, convertendo directamente radiação solar em electricidade, para aquecimento, arrefecimento e outras necessidades.

O efeito termopar também será usado para gerar energia. Estas casas individuais são pré-fabricadas e relativamente livres de manutenção, resistentes ao fogo e impermeáveis ao tempo. Com este tipo de construção, os danos das inundações, terramotos e furacões seriam mínimos. A sua construção de casca fina pode ser produzida em massa, de forma eficiente e com poucas restrições ambientais. Adjacente à área residencial estarão os centros de planeamento, ciência e de pesquisa. As oito cúpulas em torno da cúpula central representam as casas de arte, música, exposições, entretenimento e centros de conferência. A cúpula central hospeda as escolas, cuidados de saúde, centros de acesso, rede de comunicações e, é também o núcleo para a maioria dos serviços de transporte; que transportam as pessoas por transveyors na horizontal, vertical e radial, em qualquer lugar na cidade. Isto minimiza a necessidade de transporte automóvel, excepto para veículos de emergência. O transporte entre as cidades seria por Monorail ou Maglev. Os serviços de reciclagem de resíduos estão debaixo da cidade. A fábrica utilizará o melhor da tecnologia limpa, em harmonia com o ambiente circundante. A cúpula central também abriga o complexo cibernético, sendo este o cérebro e sistema nervoso de toda a cidade. É capaz de projectar uma imagem 3D virtual da terra, utilizando sistemas de comunicação via satélite, que fornecem informações sobre o clima, agricultura, transporte e completa funcionalidade. Este sistema cibernético utilizará sensores ambientais para ajudar a manter um equilíbrio na carga da economia que evita derrapagens e faltas. Por exemplo, na área agrícola, sondas electrónicas monitorizam e mantêm o lençol freático, condições de solo, nutrientes, e muito mais. Este método de feedback electrónico pode ser aplicado ao sistema de toda a cidade. Agora, com computadores capazes de processar triliões de bits de informação por segundo, eles são vitais para se ‘chegar’ a decisões mais adequadas para a gestão eficaz das cidades.– Desenhando o Futuro por Jacque Fresco

 

Conclui-se então que embora ambos defendam a sustentabilidade e um modelo social, a E.B.R. simplesmente vai mais longe no seu design social do que a Permacultura e Transição, preocupando-se mais com a vertente global da sustentabilidade e apresentando soluções exequíveis de sontrução de uma nova sociedade isenta de subserviência, guerra, fome, corrupção, extinção de espécies e todos os males que vemos constantemente por este mundo fora.

A Permacultura e Transição apresenta soluções locais, autónomas e sustentáveis enquanto o Projecto Vénus as vê como globais, dependentes e sustentáveis com uma preocupação com o Ambiente e a igualdade social à escala mundial.

 

Fontes:

http://www.thevenusproject.com
http://www.transitionnetwork.org
http://thezeitgeistmovement.com
http://www.rbe-pod.net/pt
http://www.permaculturaportugal.ning.com/
http://www.tpp.pt/
http://www.futuragora.pt

tpp.pt/

3 comentários em “Transição para uma sociedade sustentável (Transição/Permacultura vs Economia Baseada nos Recursos)”

  1. a Transição não vê os problemas que este sistema tem e perpetua-os… o MZ/PV tem, no entanto, algumas coisas que aprender com a Transição. a transição que tem de haver é de consciências e a rede Transição esta efectivamente a alterar consciências, seja através das acções da transição interior até as da transição exterior. arriscar-me-ia a dizer que ambos precisam um do outro

  2. there’s many communities today, that show the RBE, can work, the only excuse they have of using money, is because they need the resources of the exterior world, were their industry can make, one of my first examples, are the community, “gaviotas”, if you hear.

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