A esquerda passou a defender o Islão?

urgência em abordar o conflito Israel-Palestina –
preocupação com a postura da esquerda –
incidente do hospital Shifa e uso de escudos humanos –
condenação de Yasser Arafat às ações do Hamas –
apoio ao Hamas e suas implicações –
doutrinação do povo palestiniano –
 valores do Islão e do Ocidente –
eleições de 2006 e ascensão do Hamas –
futuras eleições e política palestina –

É com urgência que abordo os “meus camaradas de luta” para a complexidade do conflito Israel-Palestina, particularmente para o papel do Hamas e as implicações das suas ações para o futuro político da Palestina, e para a paz e liberdade mundial.

Observo com preocupação que parte da Esquerda pode estar a agir inadvertidamente como os complacentes do holocausto, cegos aos valores inscritos e demonstrados pelo Hamas e outros radicais Islamitas. Essa postura pode levar ao apoio incondicional de grupos que, além de serem considerados terroristas, demonstram, através das suas ações, uma agenda que vai além da luta pela liberdade Palestina.

No incidente relatado de 7 de outubro, o Hamas levou dois reféns não judeus (nepalês e tailandês) para o hospital Shifa, numa ação interpretada como uma tentativa de usar os civis, pessoal médico e o edifício como escudos. Este ato não é apenas uma agressão contra Israel ou os cidadãos desses países, mas também uma traição aos princípios de humanidade, afetando diretamente o povo palestino e a perceção global da sua luta.

As palavras de Yasser Arafat, um líder histórico palestino, ecoam fortemente neste contexto. Numa entrevista, Arafat condenou as atividades do Hamas, destacando que essas ações são prejudiciais não apenas para as intenções israelitas, mas também para os palestinos, o processo de paz e a região na totalidade. Arafat enfatizou que tais atos vão contra os ensinamentos de Deus, assim como contra todos os muçulmanos, numa crítica direta à ideologia do Hamas, prejudicando a causa pela qual tantos lutaram (por referência ao Acordo de Oslo).

O apoio ao Hamas, especialmente por grupos de esquerda que procuram apoiar a causa palestina, levanta sérias questões. Este apoio, muitas vezes manifestado pela esquerda e ativistas que defendem uma Palestina livre, arrisca ser comparado com a complacência observada durante o holocausto nazi, onde a inação e o silêncio contribuíram para atos inimagináveis de crueldade e genocídio. Ao defender o Hamas (ainda que indiretamente), podemos estar, sem querer, a apoiar uma entidade que não apenas perpétua o conflito, mas também age contra os princípios fundamentais de tolerância, paz e justiça. Porque em vez de estar a ser defendida a autodeterminação daquele povo palestiniano, está a ser defendido um conjunto de princípio que vão, por exclusão, mais além.

Tenho a crescente preocupação de que, ao apoiar a causa Palestiniana, endossamos inadvertidamente uma agenda que inclui o extermínio de judeus, árabes, a opressão de mulheres e minorias como determinação de género, assim como planos expansionistas que ultrapassam os limites regionais.

Há 17 anos, após a retirada israelita, a Faixa de Gaza viu uma oportunidade para a democracia. No entanto, as eleições resultaram na vitória do Hamas através do partido Mudança e Reforma, um grupo com uma agenda radical. Esta situação coloca um dilema crítico: enquanto a democracia é essencial, o resultado eleitoral levou ao poder um grupo cujas políticas e ações são frequentemente contrárias aos princípios democráticos, de direitos humanos e de paz.

Soldiers take part in a drill in a military base ahead of the Chinese New year in Hsinchu, Taiwan, January 19, 2021. REUTERS/Ann Wang

Com o fim do recente conflito, existe uma forte preocupação de que novas eleições possam resultar novamente na ascensão de grupos radicais. Isso coloca os palestinos numa posição vulnerável, onde a escolha democrática pode levar ao poder entidades que não representam necessariamente os seus melhores interesses ou os ideais de paz e justiça.

É irónico que, após a retirada do mandato britânico, em vez de uma declaração de independência palestiniana similar à israelita, a região palestiniana tenha sido invadida por por todos os estados muçulmanos circundantes. Isso sublinha a complexidade da situação política palestina, onde a busca pela autodeterminação tem sido repetidamente ofuscada por agendas extremista e conflitos internos.

Defender os direitos humanos e a autodeterminação Palestina não significa apoiar cegamente todas as ações ou políticas do Hamas. É essencial que os defensores da causa palestina se comprometam com uma reflexão crítica sobre quem e o que estão a apoiar, assegurando que a sua solidariedade não seja deturpada ou utilizada para fins contrários à paz e à justiça.

Em momento nenhum é defendido o melhor interesse das crianças e do povo palestiniano, como se vê no depoimento em primeira mão de Mosab Hassan Yousef citado na qualidade de criança palestiniana, sobre a doutrinação islâmica com a única função de aniquilar Israel. Tal visão partilhada por outros grupos como o Hezbollah, a Al Qaeda e Hamas desvirtua a causa palestiniana, os princípios de humanitário e o Direito internacional.

É imperativo que aqueles que defendem a causa palestina reconheçam a necessidade de uma abordagem mais equilibrada e informada, uma que promova a paz e a justiça para todos os envolvidos, e não apenas para um lado do conflito.

 

Fontes:

  • Hospital al-Shifa 7.10.23 gravações CCTV na BBC
  • Arfat contra o Hamas e terrorismo 4 Mar 1996 – Youtube
  • Arfat contra o Hamas e terrorismo – Artigo de Entrevista: That they are not only doing these terrorist activities against the Israelis. It is against the Palestinians, against the peace process, against the Arabs, against the whole region. And it is against God.Youtube
  • Uns meses depois Arafat recebe o Hamas – Youtube
  • Arafat recebe o líder espiritual do Hamas Yassin – Youtube
  • Filho do Co-Fundador do Hamas Mosab Hassan Yousef, denuncia doutrinação de crianças palestinianas – Youtube
  • Converter ou morrer, líder Shia aos Cristãos Iraquianos – Artigo, 2017
  • Hamas despertou os Monstros do ocidente – Site
  • Esquerda a defender a Jihad – Site Brasil
  • Escravizar o mundo ocidental – Youtube
  • O que é o Hamas – Site
  • Muçulmana fala das sua experiência em Israel – Youtube
  • Dennis Prager: Apoiar o Hamas é como apoiar o partido Nazi durante a WWII – Youtube
  • Ex-Hamas Supporter: “I Hated Jews and Israel, But Now I Condemn Hamas” – Youtube